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Produção global de vinho registra queda histórica

A produção global de vinho deve cair para 231 milhões de hectolitros em 2024, o menor volume desde 1961, segundo a OIV


Por Revista Adega

 

Foto Matheus Guimarães para Pexels

Países europeus apresentam maior impacto no volume de produção. França teve recuo de 23%

A produção global de vinho está enfrentando uma queda histórica, com estimativas de atingir apenas 231 milhões de hectolitros (mhl) em 2024 – o nível mais baixo desde 1961, segundo dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).

 

Essa redução de 2% em relação a 2023 e 13% abaixo da média dos últimos dez anos reflete o impacto crescente das mudanças climáticas e de condições econômicas desafiadoras nos principais países produtores.

 

Tradicionalmente responsável por cerca de 60% da produção mundial de vinho, a Europa está no centro da crise. A União Europeia deve produzir 139 mhl em 2024, uma queda de 3% em relação ao ano anterior e o menor volume do século XXI.


A França sofreu a maior redução, com uma produção de apenas 36,9 mhl – uma queda de 23% causada por chuvas persistentes, surtos de doenças e granizo. Regiões renomadas como Bordeaux e o Vale do Ródano estão entre as mais afetadas.

 

Enquanto isso, a Itália reassumiu o posto de maior produtora mundial, com 41 mhl, um aumento de 7% em relação a 2023, mas ainda 13% abaixo de sua média de cinco anos. Já a Espanha, com 33,6 mhl, registrou uma recuperação significativa de 18% em comparação ao ano anterior. Países do Leste Europeu, como Hungria e Eslováquia, tiveram colheitas acima da média, desafiando a tendência negativa.

 

Cenário desafiador na Argentina, Brasil e Chile

No Hemisfério Sul, a produção de vinho em 2024 será a menor em duas décadas, totalizando 46 mhl – 2% abaixo de 2023 e 12% inferior à média dos últimos cinco anos. A América do Sul, com destaque para Brasil, Chile e Argentina, enfrenta desafios climáticos significativos, incluindo secas severas e chuvas intensas.

 

A Argentina, embora tenha registrado uma recuperação notável de 23%, atingindo 10,9 mhl, ainda está abaixo de sua média histórica. No entanto, Chile e Brasil sofreram quedas expressivas. O Chile reduziu sua produção em 15%, enquanto o Brasil teve uma diminuição ainda mais acentuada, de 25%, devido a secas prolongadas e chuvas excessivas que impactaram a qualidade e o volume das safras.

 

Essas quedas podem ter impactos econômicos relevantes, já que o vinho é um produto de exportação importante para países como Chile e Argentina. No Brasil, o setor, que vinha ganhando força com o aumento do consumo interno de vinhos nacionais, agora enfrenta um cenário de incertezas e pressão para se adaptar às mudanças climáticas.

 

Desafios climáticos e econômicos

Enquanto os desafios climáticos e econômicos afetam os produtores de forma global, iniciativas de sustentabilidade, como o Roteiro para o Net Zero 2050, lançado pela Nova Zelândia, oferecem esperança para o futuro. Essas ações visam reduzir emissões e proteger as vinícolas contra os efeitos das mudanças climáticas, garantindo a produção de vinhos premium e sustentáveis.

 

Com a demanda global por vinhos de alta qualidade em crescimento, a resposta de produtores da Europa e da América do Sul a esses desafios será crucial para manter a competitividade e explorar novas oportunidades nos mercados internacionais.

 

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